O indicador da Boa Vista de Demanda por Crédito do Consumidor subiu 0,5% entre os meses de novembro e dezembro na comparação dos dados dessazonalizados e somou o oitavo avanço mensal consecutivo.
No 4º trimestre o indicador registrou alta de 2,1% contra o trimestre imediatamente anterior, de julho a setembro na série com ajuste sazonal.
Na série de dados originais foi verificado um avanço de 4,8% na comparação interanual, ante um aumento de 2,4% em novembro na mesma base de comparação. Tal resultado contribuiu para acelerar o ritmo de crescimento do indicador na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, encerrando 2023 com elevação de 4,0% frente ao ano anterior.
As aberturas do indicador apontaram para a mesma direção na comparação mensal, alta de 1,0% no segmento “Financeiro” e de 0,2% no “Não Financeiro”. No mesmo sentido, no quarto trimestre o segmento “Financeiro” subiu 2,7% e o “Não Financeiro” 1,7% contra o terceiro trimestre.
Na comparação interanual as tendências continuam positivas, com alta 10,0% no segmento “Financeiro” e de 1,3% no segmento “Não Financeiro” em dezembro. No ano, o segmento “Financeiro” registrou elevação de 9,6% e o “Não Financeiro” de 0,3%.
“O ano de 2023 terminou com boas tendências nas aberturas do indicador. O crescimento no segmento ‘Financeiro’ vinha desacelerando desde o 1º trimestre de 2022 e agora, no último mês do ano passado, ele andou de lado, o que pode sugerir uma mudança de tendência ao longo de 2024, embora não seja esperada uma aceleração muito forte em relação ao ritmo atual. O segmento ‘Não-Financeiro’ subiu pouco, mas é importante lembrar que ele vinha de três quedas anuais consecutivas. O resultado de 2023 não cobre, nem de perto, as perdas observadas entre 2020 e 2022, mas surge como um sinal positivo para o mercado de crédito”, diz Flávio Calife, economista da Boa Vista.
“Para 2024 os fatores condicionantes apontam para mais uma alta, o endividamento e o comprometimento de renda das famílias estão gradualmente recuando, o mercado de trabalho segue forte, a inadimplência está em queda e a inflação sob controle, o que permite ao Banco Central fazer novos cortes na taxa Selic, evidentemente, de forma muito cautelosa”, complementa o economista.