Governo define novas alíquotas
O Governo Federal publicará hoje o novo sistema de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e das contribuições PIS e Cofins para as fabricantes de bebidas frias, o que inclui refrigerantes, cervejas, água, entre outras. Após reunião realizada ontem, em Brasília, representantes das indústrias e técnicos da Receita Federal definiram as novas alíquotas que incidirão sobre o preço, e não mais sobre a quantidade.
Segundo um dos participantes do encontro que preferiu não ser identificado, a Companhia de Bebidas das América (AmBev), maior cervejaria do País, e o sistema Coca-Cola, maior fabricante de refrigerantes, serão os mais impactados pelo novo sistema. No total, em cervejas, a AmBev pagará 15,5% a mais de impostos federais e, em refrigerantes, o aumento ficará em 15%. Para a Coca-Cola, a alta será de 16%.
Apesar do aumento, os impostos federais que tiveram as alíquotas alteradas representam apenas um terço da carga tributária total do setor.
Para as outras três grandes fabricantes de cervejas - o grupo Schincariol, a Fomento Mexicano SA e (Femsa) e a Cervejaria Petrópolis - o impacto ficará próximo de nulo, segundo a mesma fonte. "Dependendo dos preços praticados, as indústrias podem até mesmo ter uma diminuição marginal da carga tributária", explicou, acrescentando que a Receita Federal levou em consideração o atual cenário macroeconômico, cercado de incertezas, para limitar o aumento da carga tributária.
Durante a reunião, as fabricantes discutiram como eventuais perdas seriam compensadas. O que foi ouvido na tarde de ontem foi que as empresas devem absorver parte dos custos, aumentar produtividade e repassar o que não for possível.
"Estamos prontos para implementar iniciativas para compensar o impacto", afirmou Luiz Fernando Edmond, presidente da AmBev, em conferência, no início do mês passado.
Ao final da reunião, ficou acertado que o assunto deve ser rediscutido no próximo ano.
Fernando Rodrigues de Bairros, presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), que representa as fabricantes de refrigerante de pequeno porte, acredita que o novo sistema poderia ter limitado mais o aumento para as fabricantes de embalagem PET (pla´stico).
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Wilson Gotardello Filho)