Na hora da disputa por uma vaga no mercado de trabalho, profissionais vindos de faculdades públicas e privadas são percebidos de forma diferente pelas empresas, segundo informa o consultor de RH da Human Brasil, Fernando Montero da Costa.
De acordo com ele, existe uma preferência por estudantes de universidades públicas, por conta da metodologia de ensino, que muitas empresas entendem ser mais exigente, fazendo com que o profissional recém-formado chegue ao mercado de trabalho reunindo maiores condições do que os oriundos de faculdades privadas.
Por outro lado, a falta de humildade e o excesso de arrogância podem atrapalhar o candidato vindo de uma universidade pública a uma vaga de emprego.
“Os estudantes de faculdades públicas acabam tendo uma condição de barganha maior do que aqueles que vêm de faculdades privadas. Entretanto, mesmo tendo um perfil de alta performance, o fato de se colocarem com um excesso de saber acaba tornando-os pouco práticos, o que aumenta as chances de eliminação em um processo seletivo”, explica.
E as faculdades privadas?
No que diz respeito aos recém-formados que estudaram em faculdades privadas, o consultor diz que o comportamento e a percepção das empresas quanto àqueles formados em escolas de primeira linha são praticamente iguais aos dos formandos das públicas.
Já aqueles que se formaram em boas faculdades privadas, mas que não são as consideradas top, são vistos pelas empresas como profissionais mais flexíveis e que valorizam mais os aspectos práticos, pontos que em algumas organizações são vistos como vantagens.
Além disso, diante de um candidato com o perfil descrito acima, acrescido de experiência, e um estudante de faculdade pública sem experiência, o candidato vindo da escola privada pode levar vantagem. “A experiência é muito valorizada nas organizações”.
Setores
No geral, diz Costa, as multinacionais, especialmente em áreas como engenharia, acabam absorvendo mais profissionais vindos de universidades mantidas pelo governo, assim como os setores público e de saúde.
Já a construção civil acaba optando mais por profissionais vindos de faculdades privadas.