Flávia Furlan Nunes
Com o anúncio de novas isenções do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e com o décimo terceiro no bolso, aumenta a tentação de gastar. Sem um planejamento adequado, porém, essas compras podem virar um pesadelo em janeiro de 2010, denominado o `mês dos bolsos vazios`.
`Há quem acabe se empolgando com o dinheiro a mais ou mesmo com os bônus de fim de ano e faça ainda mais dívidas`, ressaltou a planejadora financeira Suyen Miranda.
De bolsos vazios
Em janeiro, começam a ser descontados os cheques pré-datados, chegam os boletos de impostos, como o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), é feita a renovação de matrícula escolar e, diante de tudo isso, é fácil saber o motivo de o primeiro mês do ano ser difícil para as finanças.
`É natural que, após uma fase de grande captação, exista uma fase de estagnação, que nesse caso é o pós-Natal e Ano Novo`, explicou Suyen.
Ela destacou ainda que 2010 é um ano de Copa do Mundo e de Eleições, sendo que este último fato interfere diretamente no mundo dos negócios, principalmente em pequenas e médias empresas, que postergam decisões pela incerteza sobre o futuro político do País.
O que fazer?
Com a possibilidade de falta de recursos no começo do ano, já é tempo de fazer uma reserva financeira: destine uma quantia, por menor que seja, para uma poupança, pensando nos momentos de baixa, quando há mais despesas do que receitas.
`Para quem já poupa, verifique opções de investimento com maior rentabilidade, mesmo que isso signifique ficar com o dinheiro bloqueado no investimento por um tempo mais longo`, completou a planejadora financeira.
Dentre as dicas que ela deu, estão usar os extras de final de ano para gerar recursos que auxiliem a quitar as dívidas, usar o décimo terceiro para se livrar da dívida do cartão de crédito e presentear com criatividade no Natal.
O décimo terceiro
O décimo terceiro, de acordo com o economista e conselheiro do Corecon-PR (Conselho Regional de Economia do Paraná), Carlos Magno Bittencourt, deve ser aplicado de forma consciente, prioritariamente para o pagamento de dívidas.
`As dívidas de lojas, que vão para empresas de cobranças, chegam até a isentar o consumidor dos juros, exigindo somente o pagamento do valor devido. Quanto aos cartões de crédito, as administradoras não possuem o hábito de conceder descontos, mas o consumidor deve procurar e tentar uma negociação ou pedir para renegociar as parcelas. Quem estiver no cheque especial deve procurar o gerente de sua conta e pedir desconto para a quitação`, orientou.
Para o também conselheiro do Corecon-PR, com um bom planejamento, é possível reservar uma parte para o consumo e investir outra parte do décimo terceiro na poupança, que pode futuramente servir para dar entrada em um imóvel, ingressar na faculdade ou comprar um carro.