A produção industrial brasileira cresceu em julho deste ano pelo sétimo mês consecutivo. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, divulgada hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o desempenho de julho, 2,2% maior do que o de junho, é superior ao da média mensal de crescimento apresentada neste ano, que é de 1,5%.
Segundo a a gerente de Análise e Estatísticas Derivadas do IBGE, Isabella Nunes, esse é um dos melhor resultados deste ano, empata com o de fevereiro e perde apenas para o de janeiro. Apesar disso, janeiro, que teve aumento de 3%, só obteve um desempenho melhor que junho porque o mês de comparação – dezembro de 2008 – foi o pior da crise econômica, no Brasil, com uma queda de 12,5%.
De acordo com Isabella Nunes, o desempenho foi puxado principalmente pelo bom resultado das indústrias de bens de consumo duráveis, em especial, os setores de automóveis, motos e de eletrodomésticos da linha branca, como geladeiras e fogões.
“Esse aumento de produção de bens finais traz impactos para a cadeia produtiva, principalmente para os bens intermediários ligados à siderurgia – que religou alguns fornos que estavam parados –, à química e à borracha, que são principalmente da cadeia automotiva e também da cadeia de eletrodomésticos”, afirmou.
Segundo Isabella Nunes, o resultado positivo na produção de bens duráveis é explicado pelo aumento do consumo interno, impulsionado por incentivos como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e pela retomada do crédito no país.
Comparando com dezembro de 2008, o pior mês da crise, julho teve um crescimento de 12%. Apesar disso, o setor industrial ainda não conseguiu recuperar as perdas acumuladas no processo e está 10,6% abaixo da produção histórica registrada em setembro do ano passado. Em relação a julho do ano passado, a redução é de 9,9%.