Os juros cobrados nos empréstimos bancários caíram pelo oitavo mês seguido, segundo Alevantamento realizado pelo Banco Central. Entre junho e julho, a taxa média praticada pelas instituições financeiras passou de 36,6% ao ano para 36%.
A queda, porém, não foi uniforme, variando para cada modalidade de crédito bancário. No cheque especial, por exemplo, a taxa subiu de 167% ao ano para 167,3%. No financiamento de capital de giro para empresas, os juros também se elevaram: de 31,8% ao ano para 31,9%.
Na média, porém, tanto a taxa cobrada nos empréstimos para pessoas físicas quanto para empresas registraram queda, movimento que refletiu fatores como o recuo da taxa Selic e a diminuição no chamado "spread" bancário -nome dado à diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar recursos no mercado e os juros cobrados nos empréstimos concedidos a seus clientes.
No mês passado, o "spread" médio ficou em 26,8 pontos percentuais, o que significa que, dos juros de 36,6% ao ano cobrado nos empréstimos, 26,8 pontos correspondem ao "spread".
Esses recursos são usados para cobrir alguns custos dos bancos, como despesas administrativas, pagamento de impostos e cobertura de perdas causadas pela inadimplência.
A margem de lucro das instituições financeiras também entra na conta.
Mesmo com a queda, o "spread" bancário continua acima do nível observado em setembro, mês em que teve início a fase mais crítica da atual crise, com a quebra do banco americano Lehman Brothers. Naquela ocasião, o "spread" médio estava em 26,4 pontos percentuais, de acordo com o BC.